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Carros autônomos: saiba tudo sobre a categoria

Por Filtros Tecfil

Entenda o que falta para os carros autônomos serem uma realidade e, ainda, quais os diferentes níveis de automação.

Quem é apaixonado pelo universo automotivo deve buscar conhecer, pelo menos um pouco, suas amplas vertentes e nichos. Seja do seu maior interesse os modelos antigos, esportivos, aptos para o cotidiano ou edições especiais, você com certeza já ouviu falar sobre os carros autônomos. 

A discussão perante os carros autônomos é extensa. Há quem acredite fielmente que eles são uma realidade próxima, mas muitas opiniões e dados apontam o contrário.

Sem dúvida, eles trariam vantagens como a diminuição de acidentes, a praticidade e conforto. Por outro lado, sabe-se que é preciso muita tecnologia para essa novidade circular pelas ruas de maneira segura. 

De qualquer forma, empresas de grande porte vêm se dedicando ao desenvolvimento dos carros autônomos. Nos últimos anos, alguns exemplos de corporações que se envolveram no setor são Amazon e Google.

Até o momento, não há um projeto de carro completamente autônomo finalizado e pronto para a rua, mas o impedimento de trazer essa ferramenta à vida não é apenas esse. 

Continue a leitura para entender quais os diferentes níveis de automação, as vantagens e desvantagens desses veículos e, claro, o que falta para os carros autônomos serem parte do dia a dia humano.

Níveis de automação 

Antes de qualquer entendimento ou conclusão sobre os carros autônomos, é preciso esclarecer que já foram definidos seis níveis de automação. A responsável pela divisão foi a Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias (NHTSA), dos Estados Unidos, o equivalente ao nosso Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)

São orientações, segundo a autarquia, para padronizar os testes e regular a comercialização desses veículos. Confira quais os 6 níveis:

Nível 0: sem automação

Aqui, como já se presume, não há automação. A direção e os outros controles do carro dependem totalmente da ação do condutor. 

Nível 1: assistência ao motorista

Neste nível o motorista deve estar atento ao ambiente da direção, pois ele terá auxílio na condução. Portanto, a função e responsabilidade de quem dirige continuam presentes.

Esse sistema possui um piloto automático adaptativo, que pode ser configurado para manter uma velocidade regular e uma distância pré-definida do veículo à frente. 

Caso o sensor detecte que o veículo à frente diminuiu a velocidade, o sistema automaticamente se adapta para evitar uma colisão. Essa tecnologia também identifica se o carro ultrapassa a sua faixa e o traz de volta.

Nível 2: assistências combinadas

No nível 2, são combinadas diversas automações, como a direção e a frenagem ao mesmo tempo, mantendo também a distância do veículo à frente e centralizando o carro na pista. Entretanto, o motorista ainda precisa executar todas as tarefas da direção. 

Nível 3: automação com supervisão humana

Neste sistema, as tecnologias atuais podem ser combinadas com os recursos emergentes da inteligência artificial, entre outros. Aqui, os carros autônomos conseguem dirigir sozinhos, mas em condições ideais e com limitações.

Esses veículos trafegam em estradas a uma determinada velocidade. Porém, o motorista precisa estar sempre atento para assumir funções que não estão determinadas – por exemplo, em um caso de derrapagem, no qual imediatamente ele terá de assumir o comando.

Nível 4: automação alta

No nível 4, já nos encontramos diante de uma alta automação, sem necessidade de intervenção humana nas funções centrais da direção. O papel do condutor se resume a entrar na cabine e escolher o seu destino, ainda que exista a opção de dirigir o veículo. 

A possibilidade de tais veículos transitarem nas vias públicas ainda está restrita por várias regulamentações.

Painel de carros autônomos

Nível 5: automação completa

Neste sistema, espera-se que os ocupantes dos veículos autônomos sejam tão somente passageiros. A ideia é que a tecnologia solucione todas as dificuldades encontradas em um trajeto, como derrapagens e manobras.

Nesse caso, inclusive, estarão ausentes volantes e pedais. O controle dessas máquinas também poderá ser acionado por uma assistente de voz.

O cenário atual dos carros autônomos

A realidade dos carros autônomos é que eles ainda estão em fase de testes, buscando viabilização por meio de pesquisas e investimentos de diversas empresas do setor automotivo. 

A montadora Volvo, por exemplo, defende a produção de carros autônomos com o intuito de zerar as mortes envolvendo os meios de transporte que fabrica.

Em estudo realizado pela Allianz Partners, intitulado ¨Mobilidade do Futuro¨, os carros autônomos estariam fazendo parte da rotina humana até o ano de 2040. Na realidade, quando surgiram os primeiros protótipos, a perspectiva era de que, entre 2020 a 2030, o mundo sem acidentes e mortes já seria de nosso domínio, com a frota de carros autônomos substituindo a atual.

Como se percebe, o cenário ainda não emplacou, mas veículos com automação nível 4 podem aparecer em breve. A Volvo, BMW e Mercedes-Benz prometem colocá-los no mercado em 2022, com os seguintes nomes: Volvo XC90, BMW iNext e Mercedes-Benz Classe S.

Alguns projetos

Na Flórida (Estados Unidos), a Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos, disponibilizou quatro veículos autônomos para que executassem testes de Covid-19, buscando proteger a equipe médica da exposição ao vírus.

Quatro minivans com trajeto definido foram monitoradas por um outro veículo conduzido por um motorista.

Foto: Divulgação Mayo Clinic

Também nos EUA, temos o R2: um carro autônomo que recebeu uma permissão temporária para circular pelas ruas de Houston realizando entregas.

Controlado remotamente, esse veículo não possui nem volante, nem pedais. Além desses, estão sendo testados táxi-robôs da Zoox e General Motors, totalmente autônomos.

A utilização de veículos autônomos será muito útil para transportes de cargas e de passageiros em ambientes controlados, inclusive sendo necessária a urbanização,  disponibilizando faixas exclusivas.

Tópicos para se atentar

Toda tecnologia é sempre um conjunto de muita pesquisa e investimento, e, hoje, muitas questões já foram solucionadas. Entre elas estão a detecção de objetos na via, a autonomia para traçar rotas, a distância entre um veículo e outro, manutenção da velocidade etc. 

No entanto, ainda há quilômetros a percorrer nesse sentido, como a respeito da interação entre veículos autônomos e não autônomos.

Outra questão muito grave e séria, são os possíveis ataques cibernéticos. Nessas invasões, crimes de dimensões sociais astronômicas podem acontecer, tais como roubo de mercadorias, sequestro de pessoas, acidentes provocados que resultam em mortes premeditadas.

Uma nova legislação teria de ser definida para regular todas as possíveis relações de responsabilidade.

A ideia por trás dos carros autônomos é também garantir um trânsito mais fluido, uma vez que essa tecnologia assegura menos embates e acidentes.

Mudanças necessárias na legislação

Um dos fatores que evidencia que os carros autônomos ainda estão um pouco longe de integrar o cotidiano humano é a lei. Até o momento, não há uma legislação específica para esses veículos.

Todas as dinâmicas – incluindo multas e leis – do trânsito são pensadas levando em consideração que há uma pessoa atrás do volante. Sem um motorista, as regras continuariam sendo as mesmas?

Desde 2017, existe um projeto de lei em vigor nos Estados Unidos, referente aos carros autônomos, mas sem sucesso. Portanto, ainda não há uma regulamentação concreta para as fabricantes do ramo, o que funcionaria como um guia do que deve ou não ser aplicado no veículo. 

A segurança dos passageiros nos carros autônomos

Quando o assunto é trânsito, uma palavra que aparece com frequência é “segurança”. Com certeza, esse é um ponto indispensável nas vias, já que todos compreendem que acidentes no tráfego podem, literalmente, destruir vidas.

No entanto, quando não há mais alguém dirigindo, o papel de manter tudo seguro sai um pouco das mãos do homem, antes motorista, e passa a depender muito mais da máquina, que realiza quase tudo sozinha. 

Assim, na disposição de um carro autônomo, não há mais diferenciação nítida entre os assentos, pois todos são passageiros. Isso também orna com o quesito visual, já que o veículo passa a ser, muitas vezes, equivalente na frente e na traseira. 

A partir disso, um aspecto essencial é levado em consideração: a segurança de todos os presentes. Não haverá uma necessidade maior de proteger quem está dirigindo ou no banco frontal, já que nos carros completamente autônomos, nenhuma pessoa desempenha essa função. 

Carros autônomos: parte interna
Foto: Divulgação Zoox

Diante disso, algumas empresas vêm pensando em como promover airbags para todos, por exemplo. No caso da Zoox, foi desenvolvido um novo conjunto de airbags, com formato parecido a uma “ferradura”, impedindo que o corpo de uma pessoa se choque com o indivíduo ao lado. A Ford, por sua vez, já aplica bolsas infláveis com essa mesma intenção, saindo do teto ou dos cintos de segurança. 

Há também modelos sendo projetados para sequer se moverem caso os passageiros não estejam com o cinto de segurança. 

Carros autônomos sem frente ou traseira

Tudo indica que uma opção para os carros autônomos será um design que não diferencia traseira e frente; afinal, não existirá motorista em um modelo 100% independente. Desse modo, o formato de caixote pode ser frequente, com dois dos principais testes atuais o adotando. 

Os dois mais conhecidos projetos de táxi-robôs – de autoria da Zoox (da Amazon) e da General Motors – apresentam esse formato, quase como um vagão ou caixa.

A vantagem dessa composição é a bidirecionalidade. Com isso, o modelo nunca precisará dar meia-volta ou marcha-ré; basta adotar a direção oposta.

Foto: Divulgação Cruise

Nos dois veículos citados, ainda em testes, as portas abrem lateralmente. No da Zoox, os assentos formam um “U”, enquanto os da GM possuem bancos similares aos dos carros comuns.

A troca de função das luzes também pode ocorrer, com faróis se transformando em luzes traseiras (e vice-versa) quando a direção for alterada. 

Conclusão

Os carros autônomos são, de fato, um assunto com múltiplos pontos – positivos e negativos. Por um lado, existe a possibilidade de tornar o trânsito algo completamente seguro e prático. Por outro, é imprescindível que as máquinas estejam completamente prontas para assumir essa função.

É possível dizer que os carros autônomos têm, sim, um espaço para fazer parte do cotidiano humano no futuro, mas esse não é um futuro tão próximo. Principalmente em se tratando daqueles que fazem tudo ‘sozinhos’, sua venda e aplicabilidade estão ainda mais distantes. 

No entanto, o horizonte está posto e deve ser mirado.

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